20/10/2017

Como reduzir a população de nematoides na cultura da soja?

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Imagem de nematoides

Introdução

Dentre todos os grãos produzidos no Brasil, a soja, há algumas décadas, vem crescendo em área cultivada e em produtividade. Para que médias de produtividade cada vez maiores sejam atingidas, muito se deve a pesquisa, ensino e novas tecnologias e ações, como: engenharia genética, máquinas, defensivos e manejo adequado de solo, plantas, doenças e pragas. Contudo, com o cultivo contínuo da soja ao longo de várias safras, com a expansão para novas fronteiras agrícolas e práticas inadequadas de manejo, novos problemas surgem e há o agravamento de outros, exigindo esforço suplementar para que a cultura mantenha seu alto nível de produtividade e rentabilidade.

Entre os inúmeros fatores que contribuem para queda do rendimento da cultura da soja, estão os fitonematoides, que aparecem, principalmente, em regiões tropicais e sub-tropicais, onde há ambiente favorável e hospedeiros durante quase todo o ano.

No mundo, mais de 100 espécies de fitonematoides estão associadas à soja. No Brasil, as principais causadoras de danos na soja são: os formadores de galha, Meloidogyne javanica e M. incognita; os cistos da soja, Heterodera glycines; os das lesões radiculares, Pratylenchus brachyurus (figura 1); e os reniformes, Rotylenchulus reniformis (FERRAZ, 2001). Segundo Ferraz e Brown (2016), a estimativa de perda anual global por consequência da presença de nematoides no solo gira em torno de 80 bilhões de dólares.

Gramado com árvores ao fundo

Descrição gerada automaticamente

Figura 1: Lavoura infestada com Pratylenchus brachyurus. Foto: Pioneer®

Esses organismos podem ser migradores ou sedentários. Os migradores, como o Pratylenchus brachyurus, alimentam-se brevemente sobre uma célula, repetindo o processo continuamente em várias outras. Muitas vezes, os fitonematoides migram entre as raizes e depositam seus ovos no interior do órgão vegetal atacado ou no solo.

Já os organismos sedentários, como os Meloidogyne javanica e M. incognita, Heterodera glycines e Rotylenchulus reniformis, se fixam permanentemente em um tecido nutridor, do qual vão obter nutrientes pelo restante da vida. De modo geral, as fêmeas desses fitonematoides possuem um corpo mais volumoso, e produzem um número de ovos quase sempre superior aos dos organismos migradores.

Fitonematoide de Cisto da Soja (Heterodera glycines)

O cisto da soja foi descoberto no Brasil na década de 1990 e atinge, atualmente, todas as regiões produtoras de soja do país. Condições de populações muito elevadas aliada ao excesso de calagem, podem causar perdas elevadas na cultura.

Minúsculas fêmeas com formato ligeiramente alongado e de coloração branca ou amarelada, podem ser observadas nas raizes das plantas. A maioria dos ovos, por volta de 200, ficam retidos no interior das fêmeas (figura 2), e com a sua morte seu corpo se transforma em uma estrutura dura denominada cisto, que se desprende da raiz e vai para o solo. Protegidos pelo cisto, os ovos conseguem sobreviver por oito anos ou mais, sem a presença da planta hospedeira.

Sapo em tronco de árvore

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Figura 2: Fêmeas presas às raízes das plantas infectadas. Foto: Dr. Hercules Diniz Campos

Por sua alta resistência às condições desfavoráveis do ambiente e por ser leve, o cisto dispersa os ovos por qualquer meio que promova o movimento do solo. Sua condição ideal de desenvolvimento é baseada na presença de água no solo e temperaturas entre 23°C e 26°C, e seu ciclo se completa de 19 a 23 dias.

O Heterodera possui diversas raças que são identificadas por números. Um teste realizado pela Embrapa, com amostras de solo de diferentes regiões do Brasil, revelaram a presença de 11 raças 1, 2, 3, 4, 4+, 5, 6, 9, 10, 14 e 14+. O surgimento de novas raças não é algo incomum de acontecer, pelo fato de possuir elevada diversidade genética. Seus hospedeiros predominantes são as leguminosas, com destaque à soja e aos feijões.

Geralmente o cisto da soja causa mais perdas em solos arenosos a médio-arenosos. Esse fitonematoide penetra nas raízes da planta de soja e dificulta a absorção de água e nutrientes, resultando em porte reduzido das plantas e clorose na parte aérea (forte amarelecimento), além de redução do sistema radicular e, em muitos casos, as plantas morrem. Os sintomas aparecem, inicialmente, em pequenas reboleiras (figura 3).

Campo verde com árvores ao fundo

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Figura 3: Reboleira com plantas infectadas. Foto: Dr. Hercules Diniz Campos

 

Fitonematoides de Galhas (Meloidogyne spp.)

No Brasil, entre várias espécies de fitonematoides de galha, o Meloidogyne incognita e Meloidogyne javanica, são as mais limitantes à cultura da soja. Seus danos são conhecidos desde a introdução da cultura em território nacional. São espécies altamente polífogas, parasitando monocotiledôneas e dicotiledôneas. Atualmente, algumas cultivares são tolerantes a estes organismos.

O M. incognita está presente com maior frequência em áreas onde é cultivado o algodão ou café, podendo causar prejuízos em soja, feijão e milho, principalmente onde ocorre sucessão de soja e algodão. Em relação ao M. javanica sua ocorrência é mais generalizada, sendo muito comum em lavouras com soja que são cultivadas em sucessão de culturas. Estes fitonematoides são conhecidos pelo engrossamento que promovem nas raízes, conhecidos como galhas. No interior destas galhas é possível observar as fêmeas adultas de coloração branca.

A duração do ciclo dos nematoides de galhas pode variar de 21 a 30 dias, dependendo da temperatura, sendo mais curto o ciclo na faixa de 25°C a 27°C. As massas de ovos contêm cerca de 300 a 400 ovos, e possuem preferência por solos arenoso a médio-arenoso.

Dois sintomas ocorrem de forma direta quando há presença de nematoides de galhas, que são: a formação de galhas radiculares de formatos variáveis (figura 4) e escassez de raízes secundárias. Na parte aérea a planta fica com porte reduzido, folhas verde-claras (figura 5) e vagens chochas. Normalmente, os sintomas nas lavouras são observados em reboleiras.

Pássaro na floresta

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Figura 4: Sintomas de Meloidogyne spp. Formação de galhas em raízes de soja. Foto: Helder Dota

Flor rosa com folhas verdes

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Figura 5: Sintomas de Meloidogyne spp. na parte aérea de soja. Foto: Helder Dota

 

Fitonematoides das Lesões Radiculares (Pratylenchus brachyurus)

Amplamente distribuída no país, o P. brachyurus foi inicialmente relatado como prejudicial ao milho, já na década de 1960, sendo depois constatado como parasita de alta importância para outras culturas, sendo extremamente polífaga. Plantas daninhas, como os capins, são bons hospedeiros alternativos. Seu ciclo tem a duração de 3 a 4 semanas, com o ciclo mais curto em temperaturas de 26 a 30°C.

Os indivíduos possuem o corpo alongado não sendo possível a visualização sem o auxílio de lupa, pois além de ser muito pequenos ficam com o corpo inteiramente dentro das raízes. Solos arenosos e médio-arenoso são mais favoráveis ao desenvolvimento, facilitando sua movimentação, porém, podem ocorrer em solos com diferentes texturas.

Este fitonematoide é altamente agressivo, causando forte redução no número de raízes (figura 6). As raízes remanescentes apresentam lesões necróticas com tonalidade escura, que se originam devido ao ataque deste parasita às células que tiveram toxinas injetadas durante a alimentação do nematoide. Essas raízes parasitadas são contaminadas por fungos e bactérias, resultando em lesões.

Uma imagem contendo água, marrom, neve, árvore

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Figura 6: Sistema radicular atacado por Pratylenchus brachyurus. Foto: Renata Souza

Um pouco diferente dos demais fitonematoides citados, as infestações com P. brachyurus, tendem a ser mais distribuídas na área contaminada, não apresentando reboleiras tão nítidas. Com o sistema radicular comprometido, há reflexo na parte aérea das plantas que apresentam folhas amareladas e porte reduzido (figura 7).

Campo com flores amarelas

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Figura 7: Sintomas de Pratylenchus brachyurus em lavoura de soja. Foto: Renata Souza

Até o momento, não são conhecidas cultivares resistentes ao fitonematoide das lesões, porém, existem algumas que possuem bom desempenho em áreas infestadas ou com baixo fator de reprodução a P. brachyurus.

A importância deste fitonematoide na soja foi deixada em segundo plano pelo fato de causar perdas apenas em populações elevadas, porém, atualmente seu peso é reconhecido devido ao fato de produtores de soja conviverem com infestações superiores a 1.000 fitonematoides por grama de raiz.

Fitonematoide Reniforme (Rotylenchulus reniformis)

A espécie Rotylenchulus reniformis está presente em todas as regiões brasileiras, tendo sido relatada em 1950, em soja e tomate. Este fitonematoide possui um número elevado de hospedeiros, sendo as culturas mais prejudicadas a do abacaxi, da soja e, principalmente, do algodão. Algumas plantas daninhas também são suas hospedeiras.

A duração do seu ciclo pode variar de 2,5 a 4 semanas, dependendo da temperatura e do hospedeiro. As fêmeas imaturas (forma infectante) migram no solo a procura de raízes da soja para penetrar. Ali, passam a se alimentar e tornam-se sedentárias. Com o crescimento do seu corpo, a porção que fica fora da raiz adquire contornos semelhantes a de um rim, daí sua denominação reniforme.

Esta espécie não forma galhas, porém, ocorre uma redução do sistema radicular e, em alguns pontos da raiz, é possível ver camadas de terra aderidas às massas de ovos (50 a 120 ovos por massa). Diferente dos demais fitonematoides destacados aqui, que ocorrem em soja, o reniforme não parece ter sua ocorrência prejudicada pela textura do solo, ocorrendo tanto em solos arenosos como argilosos. A ocorrência destes organismos em áreas com solos férteis e argilosos, onde os sintomas nas raízes não ficam evidentes, faz com que sejam muitas vezes menosprezados.

A infestação por R. reniformis, não ocorre em reboleiras, típicas de outros fitonematoides, mas há desuniformidade de plantas em extensas áreas, com plantas subdesenvolvidas, semelhante a problemas de deficiência mineral ou compactação de solo, mas sem caracterizar nanismo e clorose.

Na soja, as principais fontes de resistência genética aos fitonematoides de cisto, possuem grande chance de também ser resistentes ao Rotylenchulus reniformis. Mesmo que alguns híbridos de milho multipliquem o fitonematoide reniforme, em geral, a rotação com essa cultura contribui para reduzir a população do organismos no solo.

Densidades Populacionais

Tentar estabelecer densidades populacionais a certos níveis de danos é uma tarefa extremamente complexa e difícil, uma vez que vários fatores estão envolvidos, tais como: solo, características culturais, clima e amostragem.

Nos Estados Unidos, o nível de dano para Rotylenchulus reniformis está por volta de 600 fitonematoides por 200 cm3 de solo, porém, no Brasil, ainda não há valores estabelecidos. Existem poucos trabalhos no país sobre densidades populacionais, veja na tabela 1 algumas informações adaptadas de diferentes autores.

Tabela

Descrição gerada automaticamente

Tabela 1: Parâmetros de análise sobre densidades populacionais. Fonte: Aprosmat, 2012.

Identificação Correta dos Fitonematoides

A identificação de fitonematoides nas lavouras não é uma tarefa simples, além de possuir tamanho microscópico, dificultando seu reconhecimento a campo, muitas vezes seus sintomas são confundidos com outros problemas que podem ocorrer, como: estiagens, deficiência de nutrientes, aplicação de forma errada, compactação do solo, fitotoxidade, doenças, entre outros.

Desta forma, para a realização de um manejo eficiente, estabelecido com estratégias adequadas para cada espécie, é necessária a coleta de amostras de solo e raízes para envio ao laboratório de análises nematologicas. Esta prática tem por objetivo confirmar a presença de namatoides no solo e também de identificar qual é a espécie presente e, principalmente, determinar a densidade populacional no solo e nas raízes das plantas analisadas.

Nesse sentido, é muito importante que a coleta de amostras no campo seja feita corretamente. Veja abaixo, um passo a passo dos procedimentos para coleta de amostras de solo e raízes para análise de nematoide.

  1. O melhor momento para coletar a amostragem de solo para realização do exame nematológico é o período de florescimento e frutificação;

  2. As amostras coletadas devem estar com umidade natural. Evite condições encharcamento ou ressecamento excessivo. Não adicione água ao solo que está naturalmente seco para fazer a coleta, e nem após no volume coletado;

  3. Cave o solo em formato de V, com uma profundidade entre 20 e 30 cm, pois é na rizosfera da planta que os nematoides estão em maior população. Se tratando de raízes, na grande maioria dos casos, deve-se coletar preferencialmente as raízes mais finas, que devem estar vivas. Existem diversas ferramentas para a coleta de amostras, mas a que permite maior facilidade na coleta de raízes é o enxadão;

  4. Para uma amostra representativa, mantenha um caminho em zig-zag, coletando as amostras junto as plantas com sintomas. A coleta deve ser composta também por solo e raízes sem sintomas para avaliar a disseminação. Em caso de reboleiras, evite as plantas centrais ou em condições severas de desenvolvimento;

  5. A amostra composta deve ser formada por subamostras coletadas em área uniforme quanto ao tipo de solo e histórico agrícola. Deposite as subamostras em um balde grande e bem misturadas, de modo a constituir uma amostra composta representativa da área. A quantidade de cada amostra composta deve girar em torno de 1 litro de solo e 100g de raízes finas;

  6. Em grandes áreas é recomendado fazer a coleta de 15 a 20 subamostras a cada 10 hectares, para formar uma amostra composta. Para que os resultados sejam mais representativos e confiáveis, quanto maior o número de subamostras e de amostras compostas coletadas, melhor;

  7. Acondicione as amostras de solo e de raízes juntas em sacos plásticos resistentes. Nas fichas e etiquetas que acompanharão as amostras coloque o maior número possível de informações como: número da amostra, local, proprietário, cultura atual, cultivar, danos e sintomas, culturas anteriores, tipo de solo, plantas daninhas ocorrentes, tratos culturais realizados, nome do coletor, data de coleta, entre outras. Inclua também os dados do interessado para contato caso haja necessidade de conversar sobre o tipo de análise a ser realizada ou sobre alguma prática de manejo estabelecida;

  8. Envie as amostras ao laboratório o mais rápido possível. Evite, durante esse processo de transporte, a exposição da amostra ao sol, assim como, seu aquecimento. Caixas térmicas são bastante úteis para a conservação de amostras durante o transporte para o laboratório;

  9. As amostras podem ser conservadas em refrigerador, em temperaturas em torno de 10°C a 15°C. Não congele as amostras;

  10. Produtos químicos também podem afetar as amostras. Portanto, acondicione-as em recipientes limpos, sem resíduos tóxicos.

Manejo dos Fitonematoides

Segundo Ferraz e Brown, a definição mais adequada ao controle de fitonematoides é a de adoção de medidas que provoquem redução em seus níveis populacionais, mantendo-os durante o tempo necessário em patamares nos quais não causem maiores danos à cultura, uma vez que é impossível a erradicação completa de nematoides parasitas de plantas. O manejo de fitonematoides em áreas infestadas, baseia-se na resistência das cultivares, rotação de culturas, medidas fitossanitárias, controle químico, controle biológico e uso de plantas antagonistas.

Cultivares resistentes:

É o método mais eficaz e economicamente viável de redução populacional de fitonematoides e uma excelente opção para reduzir perdas na cultura. A partir do conhecimento de qual (ou quais) fitonematoide está presente e qual é a sua população, é possível escolher a cultivar que melhor se adapta à sua realidade. Porém, apenas a utilização de cultivares resistentes ou com baixo fator de reprodução não é suficiente para assegurar resultados satisfatórios da lavoura, sendo necessária a adoção de medidas complementares.

 

Rotação de culturas:

Esta estratégia que traz inúmeros benefícios e deve fazer parte dos programas de manejo, independente da presença ou não dos fitonematoides. Em áreas com presença confirmada, a rotação deve ser feita com culturas não hospedeiras e cultivares de soja com baixo fator de reprodução ou resistência. As plantas não hospedeiras diminuem a multiplicação dos fitonematoides e quando aliadas a fatores naturais de mortalidade, favorecem a redução populacional destes organismos. É possível reduzir a população dos fitonematoides abaixo do nível de dano econômico, com planejamento da sequência de culturas utilizadas em rotação (quadro 1).

Tabela

Descrição gerada automaticamente com confiança baixa

Quadro 1: Culturas utilizadas como rotação com soja e seu efeito sobre as populações de fitonematoides. Fonte: Adaptado de Inomoto et al., 2008.

 

Medidas fitossanitárias:

Para evitar a infestação de áreas livres de fitonematoides é preciso adotar alguns cuidados, entre eles a limpeza de equipamentos, máquinas, implementos, veículos, etc. (figura 8), após se trabalhar em locais onde há presença fitonematoides no solo. Via de regra, primeiramente utilize esses equipamentos em lavouras não contaminadas para em seguida ir para áreas conhecidamente infestadas.

Trator com rodas vermelhas

Descrição gerada automaticamente com confiança baixa

Figura 8: Semeadora com solo aderido em seus componentes. Foto: Pioneer®

 

Controle químico:

A utilização de produtos no tratamento de semente ou via sulco de plantio, auxiliam as plantas para que se estabeleçam mais vigorosas e melhorem o desenvolvimento de raízes secundárias, conferindo à planta maior tolerância ao ataque de fitonematoides e maior sanidade tanto do sistema radicular quanto da parte aérea. Alguns nematicidas possuem efeito de contato sobre os fitonematoides, causando sua paralização e consequente morte.

Controle biológico:

A população de fitonematoides pode ser reduzida com o emprego de outro organismo vivo. Grande parte dos fungos, vírus, bactérias, ácaros e nematoides predadores são considerados inimigos naturais dos fitonematoides. Essa alternativa se destaca por não promover danos ambientais, ser economicamente viável e não deixar resíduos nos alimentos.

Controle biológico:

São plantas que possuem mecanismos que afetam de forma negativa as populações de fitonematoides. Dentre esses mecanismos estão:

  • Produção de compostos tóxicos;

  • Plantas armadilhas, onde o fitonematoide consegue penetrar no sistema radicular, mas não é capaz de completar seu ciclo;

  • Hospedeiras desfavoráveis, onde poucos fitonematoides conseguem se desenvolver.

Outros benefícios que essas plantas podem ter, são: favorecer os inimigos naturais dos fitonematoides, aumento de agentes de controle biológico, algumas servem como forrageiras e outras são capazes de fixar nitrogênio da atmosfera.

Algumas plantas antagonistas utilizadas são: Mucuna deeringiana, Ricinus communis (mamona), Canavalia ensiformes (feijão de porco), Secale cereale (centeio), espécies de Crotalaria, Brachiaria spp., Panicum maximum, Paspalum spp. e Andropogon guayanus.

Aliado a essas práticas, pode-se adicionar o aumento nos teores de matéria orgânica (cobertura verde), a manutenção de bons níveis de potássio, o equilíbrio do pH no perfil do solo e a eliminação da camada compactada.

Conclusão

Devido aos danos que os fitonematoides podem causar na cultura da soja, gerando perdas severas e, em alguns casos, inviabilizando a prática agrícola, aliado a impossibilidade de erradicação do patógenos, é fundamental a utilização de várias práticas conjuntas de manejo de acordo com a realidade de cada local e da espécie encontrada.

Dúvidas? Envie sua pergunta para nossa equipe no espaço de comentários.

Sobre o autor

Helder Dota Janoselli¹ e Alcides Gremes Ita²

¹ Agrônomo de Campo na Pioneer®
² Gerente de Agronomia na Pioneer®

Referências

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