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Momento de corte da lavoura de milho para silagem de planta inteira

Por: Departamento de Agronomia 
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Plantação de milho  

Introdução

Com o passar do tempo e com o avanço das tecnologias, muitos produtores também mudaram sua maneira de pensar, agir e atuar. Atualmente, na maioria dos casos, eles estão ansiosos em saber qual será a produtividade da cultura que está no campo bem antes do momento da colheita.

A colheita da lavoura de milho para silagem de planta inteira na maturação adequada da planta assegura não somente o fornecimento de açúcares fermentáveis para as bactérias que atuam neste processo, como também na maximização do valor nutricional da silagem a ser fornecida aos animais.

O momento ou ponto ideal de corte da planta de milho para silagem de planta inteira se dá no momento em que a planta atinge 30% a 35% de matéria seca, correspondendo à melhor qualidade nutricional. Em termos gerais, costumáva-se usar como referência a linha do leite, que aparece a partir do estádio fenológico R5.5. Porém, somente a visualização da metade da linha do leite a campo pode não ser o método mais confiável.

Com o objetivo de auxiliar no planejamento da lavoura, da operação e, assim, ter maior assertividade no momento do corte, este artigo tem como objetivo explorar alguns aspectos importantes relacionados ao momento da colheita, do ponto de vista da planta, no que se refere à formação e enchimento dos grãos.

Acúmulo de Matéria Seca (MS) na planta e o Índice de Colheita (IC)

A taxa de aumento e a quantidade de Matéria seca acumulada durante a safra diferem entre os componentes da planta. Ainda que todos os componentes sejam somados juntos, isto geralmente segue a curva S de resposta.

Em termos gerais, segundo Abendroth et. all., (2011), mais de 22.400 kg/ha de MS da parte aérea das plantas são produzidas em lavouras com boas condições de fornecimento de luminosidade, água e nutrientes, sem competição de plantas daninhas e danos por pragas e doenças. O colmo e as nervuras centrais das folhas compreendem as maiores quantidades de MS entre os componentes vegetativos, com o máximo de peso alcançado em R2. Depois disso, o volume de MS do colmo e das nervuras centrais das folhas começam a declinar, presumidamente devido à realocação de nutrientes do colmo para a espiga em desenvolvimento. As folhas atingem o máximo de MS em R2, permanecendo até R6 quando as folhas entram em senescência.

Já o Índice de Colheita de uma cultura é determinado pela divisão do volume de MS dos grãos pelo total de MS da planta (MS da parte aérea incluindo os grãos) na fase de maturação fisiológica.

Os híbridos de milho produzidos atualmente apresentam um IC aproximado de 0,5, com algumas evidências de aumento devido aos esforços do melhoramento genético quando comparados a híbridos mais antigos. Sem considerar o exato valor do IC, os produtores buscam pelo aumento da produtividade de grãos por hectare e o aumento de MS da parte vegetativa da planta, que aumenta de forma similar. O aumento de MS dos grãos aumenta significativamente a partir de R2 para, aproximadamente, até R5.75.

Entendimento da fase R5

O entendimento de como acontece o acúmulo de MS na planta e do amido nos grãos, bem como a maturação do grão e a perda de umidade, pode auxiliar técnicos e produtores na organização e planejamento da operação de corte, com a finalidade de levar ao silo a planta com o máximo de qualidade nutricional. Na figura 1 destacamos os estádios fenológicos entre R2 e R6, o que corresponde desde a formação, enchimento, até a maturação fisiológica da planta de milho.