A cada ano, bilhões de dólares são empregados no mercado mundial e brasileiro em pesquisas para o desenvolvimento de máquinas, equipamentos para pulverização aérea e terrestre de defensivos agrícolas e efetivação de novas técnicas e tecnologias nesta área. Esses investimentos têm como propósito uma melhoria na qualidade da aplicação de defensivos, e busca uma maior eficiência, redução de custos e menor impacto para as pessoas e para o meio ambiente.
As pesquisas de novas tecnologias operacionais de pulverização alavancaram a partir da evolução da Agricultura de Precisão e das aplicações à taxa variável. Atualmente, o mercado disponibiliza aos agricultores uma gama de produtos e serviços, tais como: drones (veículo aéreo não tripulado) pulverizadores, sensores ópticos, sistemas para aeronaves com aplicações à taxa variável, pulverizadores equipados com sistema de telemetria e sistemas de GPS (Sistema de Posicionamento Global) mais precisos, além de sistemas de monitoramento remoto com a adoção de smartphones.
A utilização de drones pulverizadores de defensivos, como tantas outras inovações tecnológicas na produção agrícola mundial, é uma realidade, e seu uso está consolidado e em franca expansão em muitos países, enquanto se solidifica em termos legais em outros. Os principais órgãos controladores do uso desta tecnologia no Brasil são: Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL); Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), órgão responsável pela obtenção do Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE); e o Departamento de Controle de Espaço Aéreo (DECEA).
No mercado encontramos diferentes modelos de drone, com faixas de preço que variam com a tecnologia que se deseja e capacidade de autonomia em termos de rendimento operacional. Todavia, toda tecnologia apresenta vantagens e desvantagens em relação aos métodos tradicionais de pulverização. Entre as principais vantagens estão: precisão a determinado alvo biológico, entrada em lugares de difícil acesso, melhor assertividade dos dados de aplicação em relação ao alvo, facilidade para pousos e decolagens, redução de custos com ganho de qualidade e eficiência, tanto em termos operacionais como em volume de produto e, principalmente, redução de contaminação do meio ambiente. Entre as principais desvantagens temos: investimento inicial, baixa capacidade de autonomia, liberação legal de operação. Importante salientar que a utilização de drones requer treinamento e acompanhamento por profissionais capacitados tanto em termos de operação como para interpretação dos dados.
O emprego de sensores ópticos são bastante conhecidos na agricultura moderna para avaliações de variabilidade espacial de atributos do solo e de otimização e eficiência das operações agrícolas, como aplicação de fertilizantes nitrogenados em algumas culturas e mais recentemente, no Brasil, na pulverização de defensivos agrícolas. Eles vêm sendo utilizados no controle de plantas daninhas, pragas e doenças. O seu funcionamento se dá com base na refletância das plantas em determinados comprimentos de ondas e, para que isso aconteça, a parte técnica desenvolve a caracterização de aspectos específicos/necessidade de controle para que se realize a pulverização de acordo com a necessidade e em tempo real da leitura das características determinadas.
A aplicação em taxa variável em aeronaves agrícolas vem sendo aperfeiçoada há aproximadamente duas décadas nos Estados Unidos, segundo a National Agricultural Aviation Association (NAAA). Entretanto, para que uma aeronave consiga operar à taxa variável, além de um Mapa de Prescrição representativo da real situação da lavoura, existe a necessidade de interação entre todos os componentes GPS, sistema de controle de fluxo variável e software específico, todos patenteados e produzidos pela Hemisphere GPS, empresa Canadense especializada em aplicações em taxa variável.
Observamos a cada safra inovações da indústria de máquinas agrícolas com pulverizadores de maior porte, equipados com sistema de telemetria e os mais variáveis sistemas de GPS (Sistema de Posicionamento Global). A telemetria permite aos produtores monitorar e controlar remotamente uma operação, podendo determinar parâmetros operacionais através de um programa instalado no smartphone ou tablet, permitindo a identificação de qualquer equívoco, e assim, a sua correção, já que se quaisquer dos parâmetros preestabelecidos apresentarem irregularidades, o sistema avisa automaticamente o problema.
Em suma, a modernização dos meios de operações de pulverização agrícola é constante e pode nos trazer grandes vantagens se bem utilizados. Entretanto, devemos lembrar que os princípios da Tecnologia de Aplicação devem estar presentes e de forma concisa no dia a dia no campo, pois grande parte de técnicos e agricultores ainda cometem muitos equívocos em nível de campo, onerando sua atividade e contaminando o meio ambiente e as pessoas. De nada vale um grande investimento em máquinas e suas tecnologias se não atingirmos o alvo biológico desejado com eficiência, pois a Tecnologia de Aplicação não se limita a pulverizar o produto, e sim, a interação entre vários fatores e parâmetros envolvidos no controle de pragas, doenças, plantas daninhas, cultura, arquitetura de planta e pontas de aplicação, ou seja, envolve um cenário a ser analisado criteriosamente.
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