Qualidade de Plantio do Milho Safrinha: Incremento de Produtividade com Tecnologias de Custo ZERO

Pôr-do-sol com plantação de milho e árvores
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Introdução

Muitas vezes a qualidade na operação de plantio pode passar despercebida, tanto em milho como em qualquer outra cultura, porém, é neste momento em que precisamos ter o maior cuidado possível, uma vez que a implantação da lavoura de milho pode nos render frutos excelentes se for feita de forma aceitável, mas também ter resultados frustrantes se a operação não for realizada de forma satisfatória. Sabemos hoje que, a área de milho safrinha vem crescendo ano após ano em nosso país e que a cada safra temos condições ambientais diversificadas, e que sempre podemos nos deparar com surpresas climáticas no decorrer do desenvolvimento da cultura.

Passamos por um momento no cenário agrícola, onde sabemos que quase todos os insumos tiveram incremento de preço, desvalorização cambial, aumento dos custos das operações da lavoura, acréscimos nos juros e impostos, queda nos créditos, entre outros pontos. E, por isso, precisamos maximizar o rendimento em uma mesma área, mesmo com custos mais elevados, para que o resultado final obtenha um lucro favorável. Pensando nisso, atualmente estamos com uma proposta de incremento em produtividade fazendo uso de tecnologias de custo ZERO na principal operação que, no momento, é o plantio do milho safrinha. Quando falamos em tecnologias de custo zero, pode até parecer impossível, mas iremos explicar como podemos nos deparar com esta tecnologia da porteira para dentro.

Dentro da operação de plantio, temos diversos fatores que somados possibilitam alcançar uma excelente qualidade, e é neste momento que vamos depositar no solo cerca de 80% dos custos que teremos dentro de toda a lavoura. Nestes custos estão inclusos os implementos, horas de trabalho, adubo, sementes, entre outros insumos, e por isso, precisamos ter a melhor qualidade de plantio possível para não deixar nenhuma fresta que possa desfavorecer a colheita. Abaixo seguem algumas dicas de tecnologias de custo ZERO que podem nos auxiliar a incrementar o resultado no momento de colheita:

1) REGULAGEM DO EQUIPAMENTO:

Um dos grandes empecilhos para que o plantio seja realizado da melhor forma possível é a regulagem do equipamento que, neste caso, é a plantadeira. Em algumas ocasiões podemos estar atarefados em outras operações dentro da fazenda e vamos regular a máquina poucas horas antes do plantio, ou até mesmo na hora de ir para o campo, resultando em uma regulagem inadequada e mal feita, em decorrência do curto espaço de tempo que tivemos. Para que possamos ter sucesso neste tipo de regulagem, o essencial seria iniciar o processo dias antes do plantio, com calma e tempo para testes de verificação, nos certificando se tudo está dentro do esperado. Veja os principais pontos de uma regulagem bem feita:

  • Profundidade de semeadura: A profundidade de semeadura ideial para a cultura do milho é em torno de 4 a 5 cm (figura 1). Se nos depararmos com profundidades variávies nas linhas de plantio (figura 2), teremos desuniformidade de emergência, o que resultará em plantas dominadas e fora de padrão, uma vez que plantas que germinam depois, produzem menos ou até mesmo nada. Além disso, temos informação de que o sombreamento sobre as plantas domindas impacta em uma redução de rendimento de 8% a 20% dependendo do grau de atraso e do número de plantas atrasadas por hectare (Nielsen, R.L. 2001). Ainda assim, se a semente foi depositada superficialmente, teremos uma formação radicular afetada (raízes nodais) e também, poderemos nos deparar com a síndrome da planta “frouxa”, ou seja, a planta não conseguirá emitir as raízes necessárias para sua sustentação (raízes de fixação) porque a semente foi depositada muito próxima à superfície do solo, o que poderá acarretar em acamamento das mesmas se houver presença de fenômenos climáticos (ventos).

 

Uma imagem contendo grama, bolo, chocolate, pedaço

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Flor vermelha com folhas verdes

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Uma imagem contendo árvore, verde, frutas

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  • Profundidade do adubo: Este é outro fator muito importante durante a regulagem da plantadeira, pois se não conseguirmos alocar o adubo na profundidade e da forma correta, este poderá ficar em contato com a semente, acarretando na inviabilidade da mesma. O recomendado seria jogar o adubo a uma distância de 5 centímetros abaixo e 5 centímetros ao lado da semente (figura 5), impedindo que tais eventualidades – como morte da planta pelo efeito salino do adubo ou “queima” dos bordos das folhas inicias – venham a ocorrer. Todo este processo irá afetar o percentual de emergência devido às falhas que teremos na área.

Uma imagem contendo ao ar livre, rocha, montanha, grama

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Diagrama

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  • Número de sementes por metro: Pode ser um tema fácil e conhecido, mas nem todas as regulagens que nos deparamos, a nível de campo, são as recomendadas para os diversos híbridos que se encontram no mercado. Cada material precisa de uma população “X” no campo para poder expressar seu máximo potencial. Desta forma, temos que manter a regulagem o mais afinada possível com a recomendação técnica do material.

 

  • Escolha correta de DISCO e ANEL: A correta regulagem de sementes/metro e a escolha apropriada do disco/anel para a semente são dois importantes requisitos para chegarmos a correta população final do material. Devemos sempre estar atentos ao formato e tipo da semente, pois para cada uma é preciso trocar discos e anéis do maquinário, e não simplesmente trocar a semente e manter os mesmos padrões de regulagem. A partir das escolhas corretas será possível minimizar os problemas com falhas e duplas no momento do plantio. Nas embalagens de sementes da Pioneer® é fornecida a sugestão mais apropriada de disco e anel para a semente que está sendo adquirida (figura 6).

 

Texto, Carta

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  • Raspador: Peça simples, mas com importante papel para impedir que mais de uma semente seja alocada no disco de plantio, aumentando a probabilidade de plantas duplas ou até mesmo que nenhuma semente seja alocada no disco de plantio, ocasionando as falhas na lavoura. Para que isso não ocorra, mantenha a atenção em relação ao raspador para que ele cumpra o seu papel de ajudar na operação a ser realizada.

 

2) VELOCIDADE DE PLANTIO:

Todos sabemos que na época de plantio do milho safrinha temos uma pequena janela de tempo para realizar a operação e que, na maioria das vezes, não damos a devida importância para a velocidade de plantio. Muitos querem concluir esta etapa o mais breve possível, mas aumentar a velocidade não é a forma mais correta. A grande maioria adota uma velocidade de plantio de milho na safrinha em torno de 10 a 12 km/hora, porém, a melhor recomendação seria em torno de 5 km/hora. Para esta última velocidade teremos um revolvimento mínimo do solo e conseguiremos andar ao lado do equipamento sem precisar dar passos acelerados.

Mantendo alta a velocidade de plantio não conseguiremos depositar a nossa semente no local adequado, resultando em falhas de plantio, plantas duplas, diferentes profundidades, emergência de plantas desuniforme e, por último, mas não menos importante, teremos uma grande variação na distância entre uma semente e outra, ou seja, nosso coeficiente de variação (espaçamento entre plantas na linha – figura 8) será extremamente prejudicado, acarretando em queda na produtividade. Se adotarmos uma velocidade de plantio, conforme exemplificado no vídeo abaixo, conseguiremos reduzir todos os riscos citados e também teremos maior economia de combustível do equipamento. 

Uma imagem contendo grama, ao ar livre, em pé, alface

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Linha do tempo

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Gráfico, Gráfico de linhas

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Além de todas as tecnologias de custo ZERO citadas, não podemos esquecer do uso do grafite.  Ele tem um importante papel na hora do plantio, pois contribui para que a semente fique com menor aderência dentro da caixa de sementes e não sofra maiores danos mecânicos chegando até seu destino final, o solo, sem passar por maiores alterações. A recomendação é o uso de 5 gramas de grafite para cada quilograma de semente. Conforme trabalho realizado (figura 11), teremos também o benefício da queda no número de duplas e falhas em nossa lavoura.

Gráfico, Gráfico de linhas

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Além dos pontos já vistos, gostaríamos de chamar a atenção para uma peça da plantadeira, para a qual muitas vezes não damos a significativa importância, que é o tubo condutor. O tudo condutor é responsável por “levar” a semente do seu local de origem até o solo. Se não trocarmos ou revisarmos este tubo em cada linha de plantio da máquina, poderemos ter prejuízos na distribuição de sementes. Para isso temos um vídeo logo abaixo que exemplifica o que um tubo condutor danificado pode fazer com a trajetória da semente. Vocês poderão perceber que a semente irá perder tempo no seu trajeto, ocasionando duplas ou falhas de plantio.

Aos que nunca trocaram esta peça em seu maquinário, fica aqui a dica para a reparação antes do próximo plantio que será realizado.

Enfim, são inúmeras as tecnologias de custo ZERO e de fácil acesso, que podem ser implementadas ou melhoradas na propriedade. É claro que também é preciso levar em conta o híbrido a ser plantado, época de plantio adequada e o correto posicionamento do material para atingirmos altas produções na safrinha. Informações técnicas detalhadas de toda a linha de híbridos de milho marca Pioneer® podem ser encontradas no Portal Pioneer ou com um Representante Comercial mais próximo.

Sobre o autor

Tiago Silveira Hauagge
Agrônomo da Pioneer®