25/04/2018

Sintomas e manejo da Ferrugem Polissora na cultura do milho

foto divulgação 
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Milho com ferrugem polissora

Introdução

A Ferrugem Polissora (Puccinia polysora) é uma das doenças foliares mais impactantes para a cultura do milho, podendo representar danos econômicos de até 65% nas lavouras. Temperaturas entre 26°C e 30°C, alta umidade relativa do ar e altitude inferior a 700 metros, são fatores favoráveis ao aparecimento da doença.

A principal medida de controle para a Polissora tem sido a resistência genética do híbrido, porém, na busca incessante pelo aumento de produtividade, o manejo agronômico da cultura do milho é fundamental e o uso de fungicidas para o controle da doença contribui muito para a eficiência das práticas que mitigam os seus efeitos.

O Brasil Central, importante produtor de milho no país, em função do clima favorável, sofre com os danos da doença.

A segunda safra, em 2018, está sendo marcada por um clima chuvoso e de altas temperaturas no Centro-Oeste, o que influencia diretamente no aparecimento de doenças foliares, como a Ferrugem Polissora.

Para evitar perdas em decorrência da doença, você precisa:

  • Escolher híbridos com tolerância genética à Ferrugem Polissora;

  • Entender o ciclo da doença e como o fungo é disseminado;

  • Saber identificar e diferenciar a Ferrugem Polissora de outros tipos de Ferrugem;

  • E aplicar o fungicida adequado para o controle.

Vamos ao detalhamento de cada um desses itens:

1. Escolhendo o melhor híbrido

A correta escolha o híbrido a ser plantado passa por diversos fatores, no entanto, se na sua área há grandes chances de ocorrer a Ferrugem Polissora, é altamente recomendado que haja um cuidado especial na escolha do híbrido, visando esta possibilidade.

Nos níveis de produtividade alcançados em ensaios de lavoura realizados pela Pioneer®, a diferença de produtividade entre os híbridos pode variar em torno de 30 sc/ha, mesmo sendo plantados em local e data iguais. Dependendo das condições climáticas no período de cultivo essa diferença pode ser ainda maior.

Por essa razão, a seleção do híbrido certo para cada condição constitui uma grande estratégia de manejo para doenças. No entanto, não esqueça do potencial genético do híbrido, uma vez que não é suficiente ser altamente tolerante às doenças, o híbrido escolhido também precisa oferecer uma expectativa de rendimento coerente com o investimento realizado.

O potencial produtivo de muitos híbridos atuais ultrapassa os 300 sc/ha. É preciso reconhecer que para atingir esse potencial é imprescindível que híbridos de alto potencial se desenvolvam num ambiente favorável.

Se a Ferrugem Polissora é uma doença recorrente na sua região, converse com o representante comercial da Pioneer®, ele está apto a lhe auxiliar na escolha certa dos melhores híbridos.

E lembre-se: a tolerância genética dos híbridos é uma ferramenta muito eficaz para o controle de doenças, porém, a utilização de fungicidas adequados tem se mostrado muito eficiente no manejo, proporcionando ótimos rendimentos aos agricultores.

2. Entendendo o ciclo da Ferrugem Polissora

O fungo se desenvolve em regiões de clima quente e umido e é disseminado para outras lavouras através do vento e da chuva, a partir de lavouras já infectadas. Com isso, os espóros vão se hospedar em outras plantas, desenvolver fungos primários e, através do vento e das chuvas, serão levados a outras plantas, seguindo seu ciclo (imagem 1).

Diagrama

Descrição gerada automaticamente

Imagem 1. Ciclio da Ferrugem Polissora

 

3. Identificando a Ferrugem Polissora

Caracterizada pela presença de pequenas pústulas circulares a ovais, a Ferrugem Polissora tem coloração variável entre amarelo e dourado (imagem 2). Em fases mais avançadas surgem pústulas marrom-escuras, devido à formação dos teliósporos (estrutura do fungo).

Imagem em branco e azul

Descrição gerada automaticamente com confiança baixa

Imagem 2. Ferrugem Polissora na folha de milho. Foto: Hudson Leonardo Pereira

Inicialmente, a Ferrugem Polissora ocorre em folhas do baixeiro. As pústulas se instalam principalmente na parte superior da folha e também na bainha. Em casos mais extremos, em híbridos suscetíveis, as pústulas também podem se instalar no pendão e, com isso, antecipar o ciclo do híbrido.

A Ferrugem Polissora, quando instalada na lavoura, ocasiona uma série de danos às plantas, como:

  • Redução da á​rea foliar;

  • Redução do vigor e do peso de grãos;

  • Senescência precoce;

  • Acamamento de plantas.

Para realizar o manejo de forma mais assertiva, é importante saber qual tipo de Ferrugem você tem na lavoura. Vejamos algumas características das Ferrugens Comum e Branca (imagem 3) que podem ajudar nessa análise:

Uma imagem contendo grama, placa, comida

Descrição gerada automaticamente

Imagem 3. Diferenciação entre Ferrugem Polissora, Ferrugem Comum e Ferrugem Branca.

  • Ferrugem Comum (Puccinia sorghi): pústulas alongadas de coloração variável entre castanho claro a escuro com amarelecimento ao redor.

  • Ferrugem Branca (Puccinia horiana): pústulas brancas com aspecto pulverulento.

4. Como controlar a Ferrugem Polissora

Para a realização do manejo da Ferrugem Polissora na cultura do milho, leve em consideração a época de plantio, o nível de resistência ou suscetibilidade do híbrido plantado, e o manejo de fungicida que será aplicado na área.

Aqui temos algumas dicas que podem auxiliar no controle da Ferrugem Polissora no milho:

  • Para começar, monitore! O monitoramento é imprescindível para a decisão do momento certo de entrada na lavoura com o fungicida;

  • Se a doença ocorrer nas fases inicias de desenvolvimento das plantas, esteja atento, pois a ocorrência de Polissora torna as condições para redução de produtividade muito favoráveis;

  • De maneira alguma faça uso de subdosagens de fungicidas na área, pois com certeza essa escolha influenciará no controle final da doença;

Utilize o adjuvante indicado pelo fabricante do fungicida.

Sugestão de aplicação

Os principais modos de ação, com maior eficiência no manejo da Ferrugem Polissora são os fungicidas a base de Estrobilurinas + Triazóis. É recomendado realizar as aplicações da seguinte maneira:

  • A primeira aplicação em V8;

  • A segunda aplicação em VT (pré-pendoamento);

  • Quando for necessária uma terceira aplicação, faça ao completar 14 dias após a segunda aplicação, e lembre-se de alterar o grupo químico dos produtos.

Produtos mais novos, como as misturas de Carboxamidas + Estrobilurinas também tem indicação para o controle de Ferrugem Polissora em milho. Para a aplicação na lavoura, você pode seguir a mesma sugestão acima.

Não esqueça de consultar a bula do produto para saber se há registro para o controle da doença na cultura do milho.

O produto

A Corteva AgriscienceTM, Divisão Agricola da DowDuPontTM, possui o Fungicida Vessarya como uma das alternativas para o controle da Ferrugem Polissora em milho. Consulte o time de Representantes Técnicos Comercias para maiores informações sobre o produto.

Sobre o autor

Renata Souza

Agrônoma formada pela Universidade Federal de Uberlândia, MSC em Fitopatologia - Nematologia pela mesma universidade, com MBA em Agricultural Business Operations (ESALQ/USP), atua há mais de 10 anos como fitopatologista no Programa de Melhoramento Genético de Soja. Possui larga experiência na caracterização fenotípica de linhagens a doenças e suporte ao desenvolvimento de marcadores moleculares. Atualmente é Pesquisadora na Corteva Agriscience™.

Referências

EMBRAPA Milho e Sorgo: Boletim de pesquisa e desenvolvimento 81 https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/103973/1/bol-81.pdf

Texto

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