São polífagos, ocorrendo em várias culturas de importância agrícola, como hortaliças, feijão, fumo, milho e soja. Atacando principalmente as folhas, preferindo a face inferior e em meio as folhas ainda não totalmente abertas. Podem causar danos diretos através da raspagem do tecido vegetal e sucção da seiva ou indiretos, através da transmissão de doenças, principalmente viroses como o vírus da “queima-do-broto-da-soja” ou “tobacco streak virus” (TSV).
Várias espécies de plantas podem servir de hospedeira a tripes, dentre estas algumas importantes plantas daninhas como: Buva (Conyza spp.) que geralmente multiplica a espécie Caliothrips sp., Caruru (Amaranthus spp.), Cravorana (Ambrosia artemisiifolia) que é hospedeira do vírus da “queima-do-broto-da-soja” (TSV), entre outras.
Principais espécies
• Caliothrips phaseoli e C. braziliensis: insetos com cerca de 1,0 mm de comprimento; as formas jovens são branco-amareladas e ápteras; os adultos apresentam asas franjadas, escuras, com duas manchas claras nas asas anteriores.
• Frankliniella schultzei: Corpo com coloração variável; as formas castanhas possuem apenas o pronoto e pernas extensivamente amarelos, assim como a antena castanha com os segmentos III–V amarelos na base; as formas amarelas geralmente possuem marcas castanhas sutis nos tergitos abdominais e apenas os segmentos antenais VI–VIII castanhos.
• Frankliniella occidentalis: Coloração do corpo muito variável, na maioria das vezes amarelada com distintas manchas nos tergitos abdominais. No entanto, formas completamente escuras são registradas para este tripes. As asas anteriores são levemente escurecidas e as cerdas da cabeça e do pronoto bastante desenvolvidas.
Sintomas e danos da tripes
Em soja:
A Frankliniella occidentalis é observada mais nas áreas de abertura de plantio ou regiões de alta altitude. Está presente em folíolos ainda fechados, raspando-os e causando encarquilhamento das folhas com leve amarelamento. O Sintoma pode ser confundido com fito herbicida hormonal (Imagem 2).
Podendo ocorrer entre V2 a V7. Por sua vez, o sintoma do ataque da Frankliniella schultzei é o prateamento da folha, próximo às nervuras das folhas. É atraída por pólen, o consumindo e causando a queda da pétala. Estas espécies são importantes vetores na transmissão da virose da “queima-do-ponteiro” (TSV), que provoca a queima do broto apical da planta, normalmente associado à curvatura para baixo, redução dos entrenós e o porte da planta, com superbrotamento e deixando-as improdutivas (Imagem 3). A Caliothrips sp. também causa o prateamento aleatório na folha (Imagem 4) e geralmente presente nas folhas que estão abrindo, deixando um aspecto de encarquilhada. Normalmente, ocorre mais na porção inferior da planta, em anos mais secos os danos são mais intensos e pode levar a queda das folhas. As perdas decorrentes de danos diretos à cultura podem variar de 10 a 25% (Gumandi e Perotti, 2009), chegando até 10 sacos de soja por ha (Farias, arquivo pessoal). No entanto, há registros de lavouras com sua produtividade totalmente comprometida devido à incidência do vírus da “queima-do-ponteiro”, transmitido pela tripes (Hoffmann-campo et al., 2012).