Dessecação para a colheita antecipada da soja e os cuidados com os percevejos na safrinha

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Lavoura de soja num dia ensolarado  

Introdução

A produção de soja e milho no Brasil está crescendo constantemente, com isso, também é crescente a busca por cultivares de soja mais precoces e que encurtem o ciclo da cultura da soja, possibilitando o plantio do milho safrinha na melhor época. Esta combinação tem contribuído cada vez mais para o aumento da produtividade dos cereais.

Uma prática muito importante para o sistema de produção soja e milho, é a dessecação, pois com ela é possível adiantar a colheita da soja em média de até cinco dias, propiciando o plantio do milho safrinha mais cedo

Os benefícios da dessecação antecipada da cultura da soja vão além da colheita, gerando também a uniformidade de maturação, o plantio do milho safrinha com redução de plantas daninhas, um maior aproveitamento da umidade do solo e chuvas, a dessecação de plantas invasoras adultas, a eliminação de plantas daninhas jovens, o transporte de grãos com menos impurezas, entre outros.

Eficiência na dessecação

Para uma dessecação eficiente é preciso monitorar a lavoura e identificar o momento em que a soja completa a sua maturação fisiológica.

O momento adequado para realizar a dessecação é na maturação fisiológica do grão, que é observado quando este já tenha atingido o máximo de peso de matéria seca e se desliga fisiologicamente da planta (R7). Neste momento os grãos passam a ter coloração amarelada e as plantas apresentam 75% das folhas e vagens amarelas.

É importante alertar que a dessecação antes da maturação fisiológica pode comprometer a produtividade causar redução de até 12 sacos por hectare. Além disso, esta prática deve ser programada de acordo com a capacidade de colheita, pois a demora na colheita e o excesso de chuvas sobre a soja dessecada pode ocasionar em perdas com abertura de vagens, incidência maior de grãos “ardidos” e até germinação da soja dentro da vagem, reduzindo também a qualidade do grão.

Imagem 01. Estádio R7.3 (76% das folhas amareladas) 

Redução das plantas daninhas

Para que a redução de plantas daninhas aconteça após a dessecação a escolha do herbicida deve ser baseada nas plantas daninhas predominantes na área. 

É essencial utilizar somente produtos registrados e seguir as orientações de uso conforme a bula dos produtos e recomendações agrícolas. 

Herbicidas como o Paraquate (indicado para predominância de gramíneas) e Diquat (indicado para a predominância de plantas daninhas de folhas largas) possuem rápida absorção e as chuvas, após um período de 30 minutos após a aplicação, não interferem no funcionamento do produto. 

 

Além das plantas daninhas...

Outro cuidado que devemos ter é com os percevejos, que nos últimos anos têm provocado grandes prejuízos em todas as regiões produtoras de grãos no Brasil. 

Na soja, os percevejos podem ocorrer em todo o ciclo da cultura, ocasionando danos severos principalmente nos estádios R3 e R4, quando o ataque da praga causa a queda das vagens da soja. 

Entretanto, nos demais estádios reprodutivos da soja também é muito prejudicial, pois causa má formação e redução na qualidade dos grãos. 

Várias espécies de Percevejos atacam a soja, porém as espécies Euschistus heros (Fabricius, 1798), Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) e Nezara viridula (Linnaeus, 1758) se destacam, e são as que podem causar maiores danos na soja.