22/10/2025

Pulgão na cultura do sorgo: conheça os riscos e o manejo

 
Something went wrong. Please try again later...
Pulgão na cultura do sorgo: conheça os riscos e o manejo

Pontos-chave

  • A cultura do sorgo tem apresentado crescimento no Brasil, destacando-se pela sua relevância na alimentação humana e animal, além do uso na indústria energética.
  • Assim como outras gramíneas, o sorgo está sujeito ao ataque de diversas pragas, sendo o pulgão uma das mais preocupantes devido ao seu elevado potencial de causar perdas econômicas - podendo comprometer 100% da produção.
  • A adoção de medidas de controle integradas é fundamental para reduzir os riscos e minimizar os prejuízos à cultura.

O que são pulgões?

Os pulgões são insetos sugadores de seiva que vivem geralmente em colônias. Sua alimentação ocorre por meio da perfuração dos tecidos vegetais com o aparelho bucal do tipo sugador, retirando a seiva da planta e, ao mesmo tempo, podendo transmitir viroses. Na cultura do sorgo, destacam-se três espécies principais: o pulgão-da-cana-de-açúcar (Melanaphis sacchari), o pulgão-verde (Schizaphis graminum) e o pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis).

Foto 1 - A. Pulgão-do-milho. B. Pulgão-verde. C. Pulgão-amarelo | Fotos: Vinícius Alencar Julio (A e C) e Embrapa (B).
Foto 1 - A. Pulgão-do-milho. B. Pulgão-verde. C. Pulgão-amarelo | Fotos: Vinícius Alencar Julio (A e C) e Embrapa (B).

Sintomas e danos

O ataque de pulgões no sorgo pode provocar uma série de prejuízos. A sucção da seiva leva ao amarelecimento e ao secamento das folhas, comprometendo o desenvolvimento da planta. Além disso, esses insetos excretam substâncias açucaradas que favorecem o aparecimento de fumagina, uma camada preta que se forma sobre as folhas, reduzindo a eficiência do processo fotossintético. Os pulgões também injetam toxinas durante a alimentação e podem transmitir viroses, como o mosaico comum, Sugarcane mosaic virus (SCMV), Maize dwarf mosaic virus (MDMV) e Sorghum Stunt Mosaic, causados por Potyvirus.

Condições favoráveis

O ataque de pulgões na cultura do sorgo tende a ser mais intenso em períodos de clima quente e seco, condições que favorecem a rápida multiplicação desses insetos. Além disso, plantios realizados em épocas mais tardias tornam-se mais suscetíveis ao problema.

Prejuízos

Em altas infestações, os pulgões podem comprometer severamente o desenvolvimento das plantas, provocando perdas significativas de produtividade. Em situações extremas, a intensidade do ataque pode levar até mesmo à morte das plantas, com prejuízos que podem chegar a 100%.

Manejo

O manejo do pulgão deve ser baseado no monitoramento constante da lavoura e na adoção de práticas integradas, combinando diferentes estratégias de controle.

  • Manejo cultural: evitar plantios tardios, eliminar plantas voluntárias de sorgo e hospedeiras alternativas, além de utilizar híbridos tolerantes.
  • Controle biológico: preservar e estimular inimigos naturais, como joaninhas e crisopídeos, que auxiliam no equilíbrio populacional dos pulgões.
  • Controle químico: realizar aplicações de inseticidas seletivos quando o nível de infestação atingir o limite de dano econômico, sempre aliado ao acompanhamento criterioso da lavoura.
  • Manejo nutricional: manter o equilíbrio da adubação, evitando excessos de nitrogênio que podem aumentar a atratividade da planta e favorecer a multiplicação da praga.

Opções de controle químico

Entre as alternativas disponíveis para o manejo do pulgão na cultura do sorgo, destaca-se o Closer® SC, cujo ingrediente ativo é o IsoclastTMactive, pertencente ao grupo químico das sulfoxaminas. Esse produto apresenta características importantes para a estratégia de manejo:

  • Modo de ação: atua tanto por contato quanto por ingestão, proporcionando maior eficiência no controle do inseto.
  • Novo grupo químico: por ser uma sulfoxamina, apresenta um modo de ação distinto de muitos inseticidas já utilizados, o que contribui para a rotação de princípios ativos e auxilia na prevenção de populações resistentes.
  • Efeito de choque: promove resposta rápida no controle da praga, com efeito imediato, além de residual suficiente para manter as populações de pulgões sob controle por mais tempo.
  • Baixa dose por hectare: possibilita o uso em doses reduzidas, o que representa otimização no custo de aplicação.
  • Seletividade a inimigos naturais: preserva agentes de controle biológico, como predadores e parasitóides, favorecendo o manejo integrado de pragas.

Resultados no controle de populações de pulgão

O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficiência do Closer® (IsoclastTMactive) em três aplicações realizadas nos estádios V6, V8 e R1 do sorgo, tanto na presença quanto na ausência de colônias de pulgões. Os resultados foram comparados ao desempenho dos principais produtos disponíveis no mercado e de algumas misturas, visando compreender o potencial do produto no controle efetivo da praga.

O gráfico demonstra que a testemunha apresentou elevada infestação de pulgões, com média de 53,8% de presença, evidenciando o elevado potencial de dano da praga quando não há controle. Esse resultado reforça a importância do monitoramento e da adoção de medidas de manejo adequadas para evitar perdas expressivas na cultura do sorgo.

Entre os tratamentos avaliados, o Closer® (IsoclastTMactive, 90 ml/ha) destacou-se com o melhor desempenho, apresentando apenas 4% de presença de pulgões, valor significativamente inferior aos demais tratamentos. Esse resultado confirma a alta eficiência do produto no controle da praga, com redução consistente da população mesmo após o intervalo de 10 dias.

Os demais inseticidas testados apresentaram eficiência intermediária. Os dados demonstram que, embora vários produtos apresentem eficácia, o Closer® se sobressaiu pela resposta rápida e pelo controle superior da população de pulgões, reforçando sua relevância no manejo integrado da praga.

Gráfico 1 - Estudo conduzido pelo agrônomo de campo Pioneer®, Vinícius Alencar Julio.
Gráfico 1 - Estudo conduzido pelo agrônomo de campo Pioneer®, Vinícius Alencar Julio.

Considerações finais

O pulgão é uma das principais pragas da cultura do sorgo e exige atenção constante por parte do produtor. O Manejo Integrado de Pragas (MIP) representa a estratégia mais eficiente para reduzir os danos econômicos, preservar inimigos naturais e garantir a sustentabilidade do sistema produtivo. Nesse contexto, o monitoramento frequente, desde as fases iniciais da lavoura, é indispensável para que as intervenções de controle sejam feitas no momento adequado.

Entre as medidas disponíveis, o controle químico continua sendo uma ferramenta importante, especialmente quando associado a práticas culturais e biológicas. A escolha de produtos eficientes e seletivos é fundamental para manter a eficácia do controle e, ao mesmo tempo, minimizar impactos sobre os inimigos naturais.

No presente estudo, o Closer® (IsoclastTMactive) demonstrou elevada eficiência no controle de populações de pulgão na cultura do sorgo, apresentando desempenho superior em comparação com outros produtos do mercado. Além do controle consistente, o produto destacou-se pelo residual prolongado, fator que contribui para reduzir reinfestações e otimizar o manejo da praga dentro do MIP. 

Acesse o PDF do artigo AQUI.

Autor: Vinícius Alencar Julio, agrônomo de campo Pioneer®.