A agricultura de precisão, com ênfase na definição de zonas de manejos (ZMs), vem se destacando como uma das alternativas para auxiliar no incremento da produtividade das culturas.
Essas zonas de manejo, também conhecidas como unidades de gestão diferenciadas, representam sub-regiões dentro de uma mesma área, cada uma com potencial produtivo distinto.
Compreender a variabilidade espacial dos atributos químicos e físicos do solo é fundamental, pois mesmo variações sutis podem impactar significativamente o crescimento, desenvolvimento e produtividade das culturas.
A elaboração das ZMs requer uma avaliação de todos os dados disponíveis. É possível utilizar mapas de colheita, índices vegetativos, atributos de solo, atributos topográficos, sensoriamento remoto, experiência do produtor ou a própria combinação dessas e de outras ferramentas.
Após definir as ZMs, o agricultor pode empregá-las para auxiliar na tomada de decisão em diferentes etapas da condução da lavoura, desde aplicações variadas de fertilizantes sólidos e líquidos até plantios em taxas variáveis de sementes.
A semeadura em taxa variável é uma das opções que pode impulsionar o potencial produtivo da cultura, pois essa tecnologia permite manipular a distribuição de sementes, proporcionando o uso mais eficiente dos recursos. Atualmente a tecnologia de plantio variável já é considerada item de série em grande parte das semeadoras adubadoras comercializadas no Brasil, o que facilita a adoção da tecnologia.
Estudos realizados no Brasil, utilizando a semeadura em taxa variável na cultura do milho em diferentes ZMs, evidenciam que essa tecnologia é capaz de aumentar o rendimento de grãos e reduzir os custos de produção. Entretanto, é importante notar que a resposta dos híbridos de milho a essa tecnologia pode variar devido às diferenças genéticas entre eles e à amplitude de posicionamento de alguns materiais.
O híbrido mais plantado no Brasil na safrinha é o P3707VYH da Pioneer®. Esse material apresenta uma notável estabilidade produtiva, o que confere a ele flexibilidade no seu posicionamento técnico, como adaptabilidade nas janelas de plantio em diferentes ambientes de safrinha. Em virtude dessas características, o P3707VYH se destaca como uma excelente opção para os agricultores que já adotam as ZMs em suas propriedades e empregam o plantio em taxa variável.
A Safrinha é um ambiente desafiador para a tomada de decisão. São vários os fatores não-controláveis, como as condições climáticas, severidade das doenças, ou até mesmo fatores externos à porteira, como oscilações nos preços das commodities e dos insumos. Nesse contexto, tecnologias que auxiliam os agricultores a posicionarem os produtos corretamente são ferramentas valiosas, pois permitem maior assertividade no manejo, e possibilitam o alcance de maiores produtividades e rentabilidades.
Claiton Gomes dos Santos, Gerente de Agricultura Digital na Corteva Agriscience. Engenheiro Agrônomo e Mestre em Bioenergia e Grãos pelo Instituto Federal Goiano campus Rio Verde-GO.
Lucio Schenekenberg Elias, Agrônomo de Campo da Pioneer na Corteva Agriscience. Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e MBA em Gestão do Agronegócio
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