12/06/2024

Importância da matéria seca na silagem de milho e sorgo sob condições de estresse

foto divulgação 
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Planta de milho com pulgão nas folhas

Muitos produtores questionam o que fazer para mitigar as perdas nas lavouras de milho e sorgo afetadas pela seca que enfrentamos nesta segunda safra no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Relatos de que as plantas estão requeimando e secando muito rápido geram dúvidas sobre a necessidade de fazer silagem imediatamente ou aguardar o enchimento de grãos para colheita, visando uma melhor qualidade. Neste conteúdo, separamos alguns aspectos para auxiliar na decisão.

1. Colha de 7 a 10 plantas no meio da lavoura ou gleba, faça a picagem do material, uniformize a amostra e proceda à análise do teor de matéria seca da silagem através do equipamento Koster ou na metodologia prática da Air Fryer ou micro-ondas (verso).

2. Lembre-se, mesmo produzindo grãos nestas condições, o teor de amido já será muito baixo ou inexistente, então o ideal seria preservar a matéria seca da silagem da planta para um bom volume de produção.

3. Não se preocupe com muitas folhas secas. As folhas totais representam cerca de 11% do peso seco total da planta (a umidade armazenada no colmo será mais importante na análise de determinação da % de matéria seca).

4. A colheita deve ser mais alta (30 a 40 cm acima do solo), para evitar o acúmulo de nitratos que, convertidos posteriormente em nitritos, possam intoxicar animais ou formar gases tóxicos de cor laranja (NO₂) na abertura da silagem. Os nitratos se acumulam na parte de baixo da planta, principalmente na ausência de grãos, pois o N aplicado no milho ou sorgo não será convertido total, ou parcialmente para a produção de grãos.

5. O mais importante em uma silagem de planta é estar com o teor de matéria seca ideal entre 30 a 36% nestes casos. Cabe lembrar que na ocasião de seca, com altas temperaturas, a matéria seca pode evoluir cerca de quase 1% ao dia, quando normalmente é de 0,5 a 0,6% ao dia de acúmulo.

Objetivos

Facilidade de compactação da massa. Material mais seco deve adotar menor tamanho, partículas (8-12 mm), material dentro da normalidade, tamanho normal (13 mm a 22 mm).

Bom perfil fermentativo através da manutenção dos teores de carboidratos solúveis das plantas e da boa compactação pela presença deste nível de umidade.

A utilização de inoculantes com maioria de bactérias à base de bactérias homolácticas, produção de ácido láctico em sua maioria, são fundamentais para auxiliar no processo fermentativo e na redução de perdas do silo.

Por outro lado, a digestibilidade da fibra (FDN) será maior, porque sob seca há menor deposição de lignina na parede celular, mantendo o consumo e a alta participação da silagem na dieta total.

Desta forma, podemos reduzir riscos e maximizar a produção e a qualidade da silagem de milho e sorgo produzida sob condições adversas de déficit hídrico.

Forno micro-ondas

1. Coletar de 7 a 10 plantas, picar, uniformizar e retirar uma amostra de 300g pesados numa balança de 0,1g de precisão.

2. Colocar um copo de água quase cheio (3/4) no fundo do micro-ondas. Programar o tempo para 5 minutos em potência máxima.

3. Retirar, pesar, mexer a amostra para voltar ao equipamento.

4. Ajustar o tempo para 3 minutos na mesma potência.

5. Retirar, pesar, mexer a amostra para voltar ao equipamento.

6. Continuar este processo com intervalos de 1 minuto, sempre revirando a amostra, até que o peso seja constante.

7. A diferença de peso inicial menos a final será a umidade, obtendo por regra de 3 o percentual de matéria seca.

Air fryer

1. Coletar de 7 a 10 plantas, picar, uniformizar e retirar uma amostra de 100g pesados numa balança de 0,1g de precisão.

2. Colocar na air fryer em 120 °C por 30 min.

3. Retirar, pesar, mexer a amostra para voltar ao equipamento.

4. Repetir a operação por 10 min na mesma temperatura e ver se não alterou o peso, caso contrário, adote o peso final

5. A diferença de peso inicial menos a final será a umidade, obtendo por regra de 3 o percentual de matéria seca.